Hoje o nosso BATE BOLA ESPECIAL é com novo presidente do Santa Cruz, Tiago Rech, que assumiu o cargo recentemente. Ele ficou conhecido como o "torcedor solitário" no estádio Olímpico, em 2012, pelo Campeonato Gaúcho, quando o Galo enfrentou o Grêmio e ele era o único torcedor do time na vasta arquibancada para a torcida visitante na casa gremista. Confira a ENTREVISTA EXCLUSIVA realizada pelo site PELEIA FC:
Tiago Rech: Sempre foi um sonho assumir a presidência do Santa Cruz.
Não esperava que ocorresse tão cedo, mas percebi que esse era o momento certo
para uma renovação no quadro de dirigentes do clube. Em janeiro deste ano
assumi a assessoria de comunicação do Galo. Foram cinco meses vivendo o dia a
dia, viajei com a delegação em todos os jogos, acompanhei o trabalho no
vestiário. Posso dizer que aprendi muito. Infelizmente, foi um primeiro
semestre péssimo em termos de futebol e também financeiramente. Topei o desafio
pois acredito que tenho capacidade, vontade, tempo e ambição para trazer um
novo ânimo e fôlego para o Santa Cruz.
>>> Você terá o suporte de outros dirigentes, com mais
experiência na direção ?
Tiago Rech: Montei uma direção que mescla a juventude com a
experiência, em praticamente todas as diretorias. Conto também com o suporte e
o apoio de figuras tradicionais do clube, como os ex-presidentes Darci
Fischborn (atual vice-presidente), Irineu Roesch (dir. de futebol) e Paulo
Roberto Jucá (dir. de marketing).
>>> O Santa Cruz disputará o Regional e a Copa RS. Como foi
a montagem do elenco ? contará com jogadores experientes ou jovens ?
Tiago Rech: Depois de 21 anos, o Santa Cruz volta a disputar
competições profissionais no segundo semestre. Um dos motivos que nos levou a
tomar essa decisão tem a influência do assunto da questão anterior: para sanar
as dívidas, precisamos manter o clube em atividade, colocar em prática planos
de sócios e prospecção de patrocinadores e recursos. E só vamos conseguir apoio
com futebol em campo. Vamos montar uma equipe com cerca de 16 atletas
profissionais, a maioria deles jovens talentos, mas também incluindo experientes
atletas que hoje residem na cidade, como os zagueiros Caio e Valença, o volante
Carlos Eduardo, o lateral-esquerdo Ivan. O resto do grupo será preenchido com a
gurizada da região, que terá sua chance de atuar em um clube profissional.
>>> Neste segundo semestre o treinador será o Sananduva,
ex-jogador. Como está sendo contar com este profissional ?
Tiago Rech: Desde o primeiro encontro, o Sananduva se mostrou um
profissional ético, líder, corajoso, responsável e com muita vontade de abraçar
esta oportunidade. Conversamos muito e ele logo entendeu que trabalharia com um
presidente jovem, com ambição, mas sem muita experiência. E num clube com
sérias restrições orçamentárias. Então, tem me ajudado muito, nosso diálogo é
franco e aberto. Até agora, o trabalho dele é excelente. Nosso objetivo na
Copinha é montar uma base para a Divisão de Acesso de 2015, é testar, é errar,
tentar de novo, mudar, errar, acertar. Então, não cobraremos muito, no início,
a questão do resultado.
>>> Como você analisa o grupo da equipe neste regional ?
São muitas viagens longas ?
Tiago Rech: Para nós, Lajeadense e Guarani-VA, seria muito mais
vantajoso jogar no grupo Metropolitano, com viagens curtas e sem despesas de
hospedagem. Mas essa é a tabela e vamos trabalhar para oferecer aos atletas a
opção de viajar um dia antes nas partidas em Rio Grande, Pelotas e Bagé. Mas tudo
vai depender da entrada de recursos no decorrer da competição.
>>> A campanha na Divisão de Acesso ficou abaixo do
esperado pelo torcedor. O que não deu certo na sua opinião ?
Tiago Rech: Nosso primeiro semestre foi catastrófico. Ficar 11 jogos
sem vencer é um desastre. Gastamos uma tonelada de dinheiro, não construímos
nada. Ocorreram alguns problemas sérios nos bastidores, poucos atletas
mostraram comprometimento em campo (mesmo com premiações em valores altos),
empatamos e perdemos partidas em detalhes constrangedores (imagina errar 2
pênaltis em um jogo na própria casa!). E ainda teve o episódio do Tonho Gil
(que subiu o nosso maior rival). Não digo que foram seis meses para esquecer,
até porque esses erros serviram de aprendizado. Ainda bem que alguns jogadores
e o técnico Lúvio Trevisan assumiram a bronca na última partida e nos livraram
da queda para a terceira divisão.
>>> Em 2012 você ficou conhecido como o "Torcedor
Solitário, no Olímpico" em jogo do Gauchão. Da para perceber que você é um
apaixonado pelo Santa Cruz, não é ?
Tiago Rech: Sou um apaixonado pelo Santa Cruz e pelo futebol do nosso
interior gaúcho. Considero o Gauchão um baita campeonato, muito mais
emocionante, muito mais verdadeiro do que os outros. É uma alegria imensa ver
quando clubes pequenos enfrentam os grandes com a mesma força, mesma garra.
Ninguém enriquece nos nossos pequenos clubes. Quem trabalha neles o faz por
tesão mesmo. E os torcedores deles, então, esses sim merecem o meu respeito.
Meu objetivo é manter viva essa chama do futebol no interior.
Confira ainda nesta semana, a segunda parte da entrevista com o presidente do Santa Cruz ! Ele vai tratar sobre seus projetos para o clube e também a situação financeira do galo.
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