Depois de 14 anos e seis meses de carreira como atleta,
Rafael Rodrigo da Rosa, 29 anos, saiu das quatro linhas e partiu para a
parte de fora dos gramados. O ex-goleiro está iniciando um novo projeto, agora
como gerente de futebol, e seu primeiro clube na nova função é o União
Frederiquense, onde Rafael encerrou a carreira jogando a última Divisão de
Acesso.
Na entrevista abaixo, Rafael fala sobre o novo desafio,
perspectivas e, claro, sobre o União Frederiquense de 2013.
Sai o atleta e entra o dirigente em um espaço de três
meses. O que muda na vida de um profissional da bola nesta fase de
transição?
O que mais muda é a busca pela especialização na área,
baseado em estudos e formação acadêmica, algo que já estou iniciando. Também
existe o desafio de separar a questão profissional e pessoal com profissionais
da área, pois fiz muitos amigos e conhecidos no futebol. Aos poucos, porém, a
gente vai se adaptando e as coisas vão acontecendo naturalmente.
Como foram as atividades do Rafael da Rosa depois de seu
último jogo na carreira (Rafael esteve entre os relacionados na partida União
Frederiquense 1x2 Guarany-CAM, em julho recente)?
Priorizei ficar perto de minha família, principalmente de
minha filha, pois ela já tem 3 anos de idade e, neste tempo, consegui
acompanhá-la de forma contínua por no máximo seis meses. Também estive
envolvido em projetos pessoais, como mudança para minha nova residência em
Gravataí, além de tratar a minha lesão no quadril, lesão essa que foi o
principal fator de encerrar minha carreira precocemente. Obviamente procurei
descansar um pouco, já que a vida de atleta não me permitia isso (risos).
Você recebeu várias propostas para trabalhar no
futebol após encerrar a carreira e optou por gerenciar o futebol do União
Frederiquense. Por que foi esta a sua decisão?
A maioria das propostas que recebi para trabalhar na área
do futebol foram com enfoque para comissões técnicas. Porém, a vida como
integrante de comissão técnica é muito parecida com a de atleta e como gosto
dessa parte de gestão e relações humanas, optei por esse cargo gerencial, algo
que também me facilitaria quanto à criar vínculo nos clubes onde trabalhamos.
Você vem trabalhando com muita intensidade na montagem de
comissão técnica e time do União para 2013. O que é mais difícil nesta época em
que muitos profissionais ainda estão treinando/jogando: formar comissão técnica
ou esboçar um elenco de jogadores?
Por mais que comissão técnica seja menor número de
pessoas ao comparar com um elenco de dezenas de jogadores, considero essa ser a
montagem mais difícil. Dentre as contratações mais pontuais para um grupo de
qualidade estão o técnico e jogadores que formam a chamada “espinha dorsal”. A
partir deste desenho que se constrói a conquista de um acesso ou de um título
tão importante quanto esse que a gente vai tentar buscar.
Tens acompanhado os jogos da Copinha e Segunda Divisão?
Além delas, você acompanha e/ou se informa sobre competições em outros
estados?
Acompanhar competições desse nível é minha obrigação
nesta nova função. Foquei bastante os times da região metropolitana de Porto
Alegre e a Copa Hélio Dourado, sem descuidar em se informar sobre a Segunda
Divisão. Quanto a competições de fora, também estou acompanhando torneios a
nível nacional, como as séries C e D. Estados que mantém suas Copas de segundo
semestre também tratei com atenção, buscando saber sobre resultados e
informações de atletas.
O que mais marcou em sua carreira como atleta?
O que mais me marcou, infelizmente pelo lado negativo,
foi atuar no mesmo clube que o jogador que agrediu meu irmão, obrigando-o a
encerrar prematuramente sua carreira.
Quais as suas expectativas para esta nova função, agora
como gerente de futebol?
Primeiramente, almejo começar com uma campanha de alto
nível no União Frederiquense e contribuir para que o cargo possa fazer
positivamente a diferença nos clubes por onde eu passe. Sei, também, que a
função não permite que a gente se acomode, pois a concorrência tanto fora como
dentro de campo é muito intensa. Portanto, se especializar para poder chegar
com qualidade aos objetivos que um clube traça também é fundamental.
Mesmo sendo um clube com pouco mais de 2 anos de
fundação, o União Frederiquense criou gradativamente uma torcida fiel e
exigente. Que mensagem você deixaria para ela?
Tenho um carinho muito grande pela torcida do União e
isso também foi um dos fatores que pesou em minha decisão de seguir trabalhando
aqui. Apesar de não termos conseguido o acesso em 2012, quero encorajar a nossa
torcida para que novamente jogue junto conosco para chegar a esse objetivo, até
por que uma conquista desse nível não será apenas da direção, comissão técnica
ou atletas, mas, sim, de toda uma comunidade regional. Voltei porque acredito
muito nesta conquista e o que peço à torcida é para que ela também acredite e
seja nossa parceira neste projeto. Não medirei esforços para que o torcedor que
chorou em 2012 seja o primeiro a sorrir em 2013.
Por Marcio Bariviera - AI
Nenhum comentário:
Postar um comentário