O cenário é a Ásia, mas quem se destaca são brasileiros.
Dois pelotenses foram, neste ano, desbravar os campos do outro lado do globo
terrestre. O atacante Jone e o volante Juninho Silveira estão jogando na
primeira divisão de Hong Kong, neste segundo semestre de 2012. Uma terra
distante, com uma cultura muito diferente da brasileira, desafios diários e
muita força de vontade são alguns elementos que compõe a vida destes dois
jovens pelotenses, que formavam o grupo do Farroupilha na disputa da Divisão de
Acesso deste ano.
Os dois são atletas do Sun Pegasus, da primeira divisão de
Hong Kong. Fundado em 2008, o clube recebeu um investimento inicial de 10
milhões de dólares. O Estádio Yuen Long tem capacidade para cinco mil pessoas e
boa estrutura para os torcedores e também para os atletas que lá praticam o
esporte. Com materiais esportivos de primeira linha – a fornecedora é a alemã
Adidas – o Sun Pegasus oferece instalações de primeiro mundo para seus atletas.
A comissão técnica do time amarelo e roxo é local e o clube já atingiu a cota
de seis estrangeiros, entre eles Jone e Juninho.
O país que acolheu os dois atletas é administrado pela
China, segunda maior economia mundial. Hong Kong apresenta índices de causar
inveja no Brasil. Com mais de sete milhões de habitantes, possuí o Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH) em 0,862 – o sexto do mundo – contra o 84° lugar
que o Brasil ocupa (IDH de 0,718). A expectativa de vida dos honconguês é de
82,2 anos, a segunda maior do mundo, enquanto a média de vida dos brasileiros
não passa dos 74 anos. Com 94,6% da população alfabetizada, o Produto Interno
Bruto per capita é muito superior ao brasileiro – U$S 45.900 contra U$S 11.500.
A moeda local é o Dolar de Hong Kong e o principal idioma é o mandarim.
Para os dois atletas a principal dificuldade de jogar no
outro lado do mundo é à distância da família. Mesmo em um mundo globalizado,
onde a tecnologia encurta distâncias, os dois sofrem com a ausência dos
familiares. O contato, quase que diário, é feito via internet. Dentro de campo
a comunicação é feita em
inglês. Fora dele, ela não é tão fácil, assim como a
adaptação aos costumes locais. Com um mercado perto do local onde mora, Juninho
aproveita para cozinhar comidas típicas brasileiras, facilitando a sua
adaptação e reclama da frieza dos asiáticos: “O povo é mais fechado, não tem o
calor do povo brasileiro”, frisa o atleta que logo trata de reconhecer que foi
bem recebido no país.
Lembrando-se das dificuldades do começo da carreira, eles
afirmam estar entusiasmados com a oportunidade de jogar fora do país. “Sempre
tive o sonho de jogar fora do Brasil e agora consigo realizá-lo. Vou aproveitar
ao máximo essa oportunidade”, disse Juninho. Para Jone, que foi o artilheiro do
tricolor pelotense em 2012, o momento que vive na carreira é fruto de muito
empenho ainda nas categorias de base e não deixa de citar duas pessoas
importantes na sua formação: o técnico Josué, do Pelotas, e Lambari, treinador
do Progresso. Claro, ambos afirmam que suas carreiras se solidificaram com
muito empenho e luta dos seus familiares.
Com contrato até maio de 2013, os dois atletas não fazem
projeções acerca do futuro. Garantem estar concentrados no campeonato nacional
e se empenham bastante para fazer sucesso em Hong Kong , reconhecem,
no entanto, que além do bom salário que recebem, a experiência trará uma maior
visibilidade em terras gaúchas para ambos.
Jonathan Silva – AI GA Farroupilha
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