quinta-feira, outubro 25, 2012

Ex-jogadores do Farroupilha se destacam em Hong Kong


            O cenário é a Ásia, mas quem se destaca são brasileiros. Dois pelotenses foram, neste ano, desbravar os campos do outro lado do globo terrestre. O atacante Jone e o volante Juninho Silveira estão jogando na primeira divisão de Hong Kong, neste segundo semestre de 2012. Uma terra distante, com uma cultura muito diferente da brasileira, desafios diários e muita força de vontade são alguns elementos que compõe a vida destes dois jovens pelotenses, que formavam o grupo do Farroupilha na disputa da Divisão de Acesso deste ano.
             Os dois são atletas do Sun Pegasus, da primeira divisão de Hong Kong. Fundado em 2008, o clube recebeu um investimento inicial de 10 milhões de dólares. O Estádio Yuen Long tem capacidade para cinco mil pessoas e boa estrutura para os torcedores e também para os atletas que lá praticam o esporte. Com materiais esportivos de primeira linha – a fornecedora é a alemã Adidas – o Sun Pegasus oferece instalações de primeiro mundo para seus atletas. A comissão técnica do time amarelo e roxo é local e o clube já atingiu a cota de seis estrangeiros, entre eles Jone e Juninho.
            O país que acolheu os dois atletas é administrado pela China, segunda maior economia mundial. Hong Kong apresenta índices de causar inveja no Brasil. Com mais de sete milhões de habitantes, possuí o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) em 0,862 – o sexto do mundo – contra o 84° lugar que o Brasil ocupa (IDH de 0,718). A expectativa de vida dos honconguês é de 82,2 anos, a segunda maior do mundo, enquanto a média de vida dos brasileiros não passa dos 74 anos. Com 94,6% da população alfabetizada, o Produto Interno Bruto per capita é muito superior ao brasileiro – U$S 45.900 contra U$S 11.500. A moeda local é o Dolar de Hong Kong e o principal idioma é o mandarim.
            Para os dois atletas a principal dificuldade de jogar no outro lado do mundo é à distância da família. Mesmo em um mundo globalizado, onde a tecnologia encurta distâncias, os dois sofrem com a ausência dos familiares. O contato, quase que diário, é feito via internet. Dentro de campo a comunicação é feita em inglês. Fora dele, ela não é tão fácil, assim como a adaptação aos costumes locais. Com um mercado perto do local onde mora, Juninho aproveita para cozinhar comidas típicas brasileiras, facilitando a sua adaptação e reclama da frieza dos asiáticos: “O povo é mais fechado, não tem o calor do povo brasileiro”, frisa o atleta que logo trata de reconhecer que foi bem recebido no país.
          Lembrando-se das dificuldades do começo da carreira, eles afirmam estar entusiasmados com a oportunidade de jogar fora do país. “Sempre tive o sonho de jogar fora do Brasil e agora consigo realizá-lo. Vou aproveitar ao máximo essa oportunidade”, disse Juninho. Para Jone, que foi o artilheiro do tricolor pelotense em 2012, o momento que vive na carreira é fruto de muito empenho ainda nas categorias de base e não deixa de citar duas pessoas importantes na sua formação: o técnico Josué, do Pelotas, e Lambari, treinador do Progresso. Claro, ambos afirmam que suas carreiras se solidificaram com muito empenho e luta dos seus familiares.
           Com contrato até maio de 2013, os dois atletas não fazem projeções acerca do futuro. Garantem estar concentrados no campeonato nacional e se empenham bastante para fazer sucesso em Hong Kong, reconhecem, no entanto, que além do bom salário que recebem, a experiência trará uma maior visibilidade em terras gaúchas para ambos.

Jonathan Silva – AI GA Farroupilha

Nenhum comentário: