O catarinense Tonho Gil, 56 anos, iniciará sua quinta passagem pelo Santa Cruz a partir do início de janeiro de 2014. O volante campeão do mundo com o Grêmio em 1983 e medalha de prata pelo Brasil na Olimpíada de Los Angeles em 1984, já viveu altos e baixos nos Plátanos. Em 2012, por exemplo, salvou a equipe do descenso. Neste ano, não teve a mesma sorte.
Casado e pai de dois filhos, o técnico teve
forte participação na montagem do grupo que disputará a Série A2. Pediu atletas
que tenham comprometimento, preparados para vencer e suar sangue dentro de
campo. Franco e direto, Tonho conversou sobre as dificuldades da competição e
até sobre a cultura brasileira do futebol: "O treinador sempre é o
culpado".
Quais os motivos que te levaram a aceitar o desafio de treinar o Santa Cruz pela quinta vez?
A gente se sente um pouco culpado pelo rebaixamento deste ano. Ao final do campeonato, coloquei meu nome à disposição da direção e avisei que não mediria esforços para voltar. O Santa Cruz acolhe todo mundo muito bem. Seria muito decepcionante para a minha carreira deixar o clube na segunda divisão.
Qual é a equipe ideal para subir de divisão?
Um grupo forte, homogêneo, vinte jogadores do mesmo nível. A competição é muito complicada, pior ainda que teremos jogos nas quartas e domingos, vai ser muito desgastante, viagens longas. Temos de ter um grupo bem preparado e equilibrado em todos os setores. E jogadores que venham determinados a disputar uma competição completamente diferente, com campos acanhados.
E como é uma equipe do Tonho Gil?
Uma equipe aguerrida, que vai brigar pelos três pontos sempre. Mesmo não atuando bem, os jogadores são obrigados a se entregar, a correr, fazer o seu melhor. Não obrigo o atleta a jogar bem em todas as partidas, mas ele tem a obrigação de correr e lutar pelo nosso objetivo. Gosto de marcar pressão mesmo jogando fora de casa, agredir os adversários. Agredir, atacar, propor o jogo, atuar bem posicionado em campo. Vamos tentar vencer todos os jogos.
Quais foram as suas primeiras impressões sobre a tabela de jogos da Série A2?
É complicada, temos de largar bem. O primeiro jogo, contra o União Frederiquense, é fundamental. Lá é muito difícil, o estádio é pequeno, o campo é duro, tem pressão da torcida. E depois temos duas partidas na nossa casa, então se conseguirmos um bom resultado em Frederico Westphalen, poderemos dar um grande salto. Se fizermos sete pontos nos três primeiros jogos, encaminharemos bem a coisa. Depois, é só administrar. Mas temos de fazer acontecer. Cada jogo será uma decisão, como se fosse o último.
E como estão as contratações para a disputa da Série A2?
Enfrentamos algumas dificuldades, pois a maioria dos jogadores pensa que ainda estamos na primeira divisão. Diminuiu muito a situação financeira do clube. Não podemos cometer erros, temos de contratar atletas pontuais, com espírito de segunda divisão, que realmente queiram atuar no Galo. E que venham para dentro do campo suar sangue. Brigar até o último minuto para conquistar vitórias. É muita cautela para fazer um time forte e conseguir o acesso já na primeira fase.
Com sua experiência como atleta e treinador, o que é necessário para um clube atuar o ano inteiro?
O futebol vive de receitas e despesas. Não tem como gastar mais do que arrecada. Ter uma categoria de base forte, mas também precisa de investimento. Jogar o ano todo é necessário, pois os jogadores criam vínculo com o clube. Há quanto tempo que o Santa Cruz não tem um ídolo na torcida? O torcedor é carente disso. Gostaria que todas as equipes pelas quais eu passasse tivessem futebol o ano todo, pois aumentaria meu campo de trabalho. Às vezes, é impossível, inviável.
Quais equipes são suas referências no futebol?
O Bayern de Munique é o espelho. O próprio Borussia Dortmund, que tem um time que faz uma transição muito rápida da defesa para o ataque. Gosto muito do futebol alemão, bem dinâmico, bom posicionamento no campo, qualidade, sem muitas faltas. E o Barcelona, que ainda continua sendo um espelho para todos nós. Podemos montar uma equipe utilizando esquemas parecidos, apertando a marcação no campo do adversário.
O nível do futebol brasileiro caiu muito nos últimos anos. Em sua opinião, quais foram as razões?
Os treinadores entram em campo preocupados em não perder o jogo. Se tu perdes três, já está fora. Quantos treinadores caíram neste ano? Quase todos os clubes trocaram. Assim, todo mundo se retranca, arma um esquema defensivo e o futebol fica feio, chato, muita falta, truncado. No Brasil, o treinador é sempre o culpado. Você assistia ao jogo do Grêmio, era chato, monótono, arrastado, mas foi vice-campeão brasileiro. Na minha época de atleta, os clubes tinham uma identidade. O pessoal do Rio e São Paulo vinham enfrentar Grêmio e Inter e sabiam que seria difícil. Tinham o respeito. Hoje é diferente. Tem de ter sequência, deixar o treinador trabalhar, montar suas ideias.
Quais os motivos que te levaram a aceitar o desafio de treinar o Santa Cruz pela quinta vez?
A gente se sente um pouco culpado pelo rebaixamento deste ano. Ao final do campeonato, coloquei meu nome à disposição da direção e avisei que não mediria esforços para voltar. O Santa Cruz acolhe todo mundo muito bem. Seria muito decepcionante para a minha carreira deixar o clube na segunda divisão.
Qual é a equipe ideal para subir de divisão?
Um grupo forte, homogêneo, vinte jogadores do mesmo nível. A competição é muito complicada, pior ainda que teremos jogos nas quartas e domingos, vai ser muito desgastante, viagens longas. Temos de ter um grupo bem preparado e equilibrado em todos os setores. E jogadores que venham determinados a disputar uma competição completamente diferente, com campos acanhados.
E como é uma equipe do Tonho Gil?
Uma equipe aguerrida, que vai brigar pelos três pontos sempre. Mesmo não atuando bem, os jogadores são obrigados a se entregar, a correr, fazer o seu melhor. Não obrigo o atleta a jogar bem em todas as partidas, mas ele tem a obrigação de correr e lutar pelo nosso objetivo. Gosto de marcar pressão mesmo jogando fora de casa, agredir os adversários. Agredir, atacar, propor o jogo, atuar bem posicionado em campo. Vamos tentar vencer todos os jogos.
Quais foram as suas primeiras impressões sobre a tabela de jogos da Série A2?
É complicada, temos de largar bem. O primeiro jogo, contra o União Frederiquense, é fundamental. Lá é muito difícil, o estádio é pequeno, o campo é duro, tem pressão da torcida. E depois temos duas partidas na nossa casa, então se conseguirmos um bom resultado em Frederico Westphalen, poderemos dar um grande salto. Se fizermos sete pontos nos três primeiros jogos, encaminharemos bem a coisa. Depois, é só administrar. Mas temos de fazer acontecer. Cada jogo será uma decisão, como se fosse o último.
E como estão as contratações para a disputa da Série A2?
Enfrentamos algumas dificuldades, pois a maioria dos jogadores pensa que ainda estamos na primeira divisão. Diminuiu muito a situação financeira do clube. Não podemos cometer erros, temos de contratar atletas pontuais, com espírito de segunda divisão, que realmente queiram atuar no Galo. E que venham para dentro do campo suar sangue. Brigar até o último minuto para conquistar vitórias. É muita cautela para fazer um time forte e conseguir o acesso já na primeira fase.
Com sua experiência como atleta e treinador, o que é necessário para um clube atuar o ano inteiro?
O futebol vive de receitas e despesas. Não tem como gastar mais do que arrecada. Ter uma categoria de base forte, mas também precisa de investimento. Jogar o ano todo é necessário, pois os jogadores criam vínculo com o clube. Há quanto tempo que o Santa Cruz não tem um ídolo na torcida? O torcedor é carente disso. Gostaria que todas as equipes pelas quais eu passasse tivessem futebol o ano todo, pois aumentaria meu campo de trabalho. Às vezes, é impossível, inviável.
Quais equipes são suas referências no futebol?
O Bayern de Munique é o espelho. O próprio Borussia Dortmund, que tem um time que faz uma transição muito rápida da defesa para o ataque. Gosto muito do futebol alemão, bem dinâmico, bom posicionamento no campo, qualidade, sem muitas faltas. E o Barcelona, que ainda continua sendo um espelho para todos nós. Podemos montar uma equipe utilizando esquemas parecidos, apertando a marcação no campo do adversário.
O nível do futebol brasileiro caiu muito nos últimos anos. Em sua opinião, quais foram as razões?
Os treinadores entram em campo preocupados em não perder o jogo. Se tu perdes três, já está fora. Quantos treinadores caíram neste ano? Quase todos os clubes trocaram. Assim, todo mundo se retranca, arma um esquema defensivo e o futebol fica feio, chato, muita falta, truncado. No Brasil, o treinador é sempre o culpado. Você assistia ao jogo do Grêmio, era chato, monótono, arrastado, mas foi vice-campeão brasileiro. Na minha época de atleta, os clubes tinham uma identidade. O pessoal do Rio e São Paulo vinham enfrentar Grêmio e Inter e sabiam que seria difícil. Tinham o respeito. Hoje é diferente. Tem de ter sequência, deixar o treinador trabalhar, montar suas ideias.
Tiago Rech - Assessoria
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