sábado, dezembro 03, 2011

Árbitro do Gre-Nal, Leandro Vuaden fala sobre seu estilo: “não admito ninguém me sacaneando"


        É claro que a pequena Roca Sales, cidade do interior gaúcho, não fica no velho continente, mas é lá que nasceu o árbitro Leandro Pedro Vuaden, conhecido no Brasil por comandar os jogos com estilo europeu, ou seja, não é qualquer contato físico que ele marca faltas. E foi justamente por isso que Vuaden ganhou tanto destaque que aos 36 anos comandará o seu quinto Gre-Nal neste domingo. Vuaden falou com a reportagem do Jornal O Nacional sobre o seu estilo, a preparação para comandar um grande jogo, e o STJD, que por algumas vezes passa por cima das decisões de campo. 

>>O estilo europeu
      Vuaden contou que adotou o chamado estilo europeu de arbitragem a medida que foi ganhando experiência e vendo que o jogador brasileiro é muito “cai-cai”, assim percebeu que teria que ficar atento a este artifício. “Fui me adaptando conforme o que eu via no campo de jogo. O jogador brasileiro é muito ‘cai-cai’, e tenta enganar o árbitro com tal atitude. Aos poucos fui me moldando a isso, e estando em cima da jogada tenho oportunidade de ver que não foi falta e mandar o jogo seguir. Os jogadores já estão mudando bastante em relação a isso, principalmente quando eu estou no jogo. Não persigo nenhum atleta, só não admito ninguém sacaneando.”

>>Comandar um Gre-Nal
     Todo jogador fala que p clássico Gre-Nal é um jogo diferente dos demais, pois é um confronto entre uma das maiores rivalidades do mundo. Segundo Vuaden, para o árbitro o Gre-Nal também é um jogo diferente. “É diferente sim, é nesses jogos grandes que o árbitro se destaca, é um jogo que abre portas para você ir para o quadro da CBF, da Fifa. É  muita responsabilidade, vou para o meu quinto Gre-Nal, e tenho consciência da responsabilidade que é um jogo assim.”
  
>>> Preparação para o jogo
     Se os clubes procuram trabalhar com o máximo de atenção antes de um clássico, os árbitros também buscam estar nas melhores condições possíveis para o momento do jogo. “A partir do momento que sai escala procuro tudo sobre os times, todo tipo de informação mesmo. Penso que tenho que reunir elementos que me faça entender o que vai acontecer no campo. Também converso muito com os demais integrantes da arbitragem do jogo. Sábado à noite teremos uma reunião com um representante da CBF como parte da preparação. A importante é ter o máximo de concentração, descansar e começar a pensar no jogo.

>>STJD x árbitros
     Muitas vezes no futebol STJD acaba punindo jogadores de forma diferente a que o próprio árbitro fez no momento do jogo. Isso aconteceu com Emerson Sheik, atacante do Corinthians que foi suspenso com duas partidas em uma falta contra o Avaí. No lance em questão Vuaden era o árbitro, e deu apenas cartão amarelo ao jogador. “O que é mais importante todos saberem é que o árbitro tem apenas um ângulo e poucos segundos para decidir o que vai fazer com o lance. O STJD analisa imagens de várias câmeras de televisão. No lance do Emerson eu não vi ele pisando no adversário, o que ficou claro com o ângulo mostrado no julgamento em que ele foi punido. Acho que o trabalho do STJD é importante para o futebol, mas volto a frisar que o árbitro só tem um ângulo e pouco tempo para decidir. Marcamos o que vimos na hora que acontece, sem replay, sem câmeras”, falou para o jornal O Nacional, Leandro Pedro Vuaden, árbitro do Gre-Nal deste domingo.

Marcelo Alexandre - Jornal O Nacional

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