É claro que a pequena Roca Sales, cidade do interior
gaúcho, não fica no velho continente, mas é lá que nasceu o árbitro Leandro
Pedro Vuaden, conhecido no Brasil por comandar os jogos com estilo europeu, ou
seja, não é qualquer contato físico que ele marca faltas. E foi justamente por
isso que Vuaden ganhou tanto destaque que aos 36 anos comandará o seu quinto
Gre-Nal neste domingo. Vuaden falou com a reportagem do Jornal O Nacional sobre o seu estilo,
a preparação para comandar um grande jogo, e o STJD, que por algumas vezes
passa por cima das decisões de campo.
>>> O estilo europeu
Vuaden contou que adotou o chamado estilo europeu de
arbitragem a medida que foi ganhando experiência e vendo que o jogador
brasileiro é muito “cai-cai”, assim percebeu que teria que ficar atento a este
artifício. “Fui me adaptando conforme o que eu via no campo de jogo. O jogador
brasileiro é muito ‘cai-cai’, e tenta enganar o árbitro com tal atitude. Aos
poucos fui me moldando a isso, e estando em cima da jogada tenho oportunidade
de ver que não foi falta e mandar o jogo seguir. Os jogadores já estão mudando
bastante em relação a isso, principalmente quando eu estou no jogo. Não persigo
nenhum atleta, só não admito ninguém sacaneando.”
>>> Comandar um Gre-Nal
Todo jogador fala que p clássico Gre-Nal é um jogo
diferente dos demais, pois é um confronto entre uma das maiores rivalidades do
mundo. Segundo Vuaden, para o árbitro o Gre-Nal também é um jogo diferente. “É
diferente sim, é nesses jogos grandes que o árbitro se destaca, é um jogo que
abre portas para você ir para o quadro da CBF, da Fifa. É muita responsabilidade,
vou para o meu quinto Gre-Nal, e tenho consciência da responsabilidade que é um
jogo assim.”
>>> Preparação para o jogo
Se os clubes procuram trabalhar com o máximo de atenção
antes de um clássico, os árbitros também buscam estar nas melhores condições
possíveis para o momento do jogo. “A partir do momento que sai escala procuro
tudo sobre os times, todo tipo de informação mesmo. Penso que tenho que reunir
elementos que me faça entender o que vai acontecer no campo. Também converso
muito com os demais integrantes da arbitragem do jogo. Sábado à noite teremos
uma reunião com um representante da CBF como parte da preparação. A importante
é ter o máximo de concentração, descansar e começar a pensar no jogo.
>>> STJD x árbitros
Muitas vezes no futebol STJD acaba punindo jogadores de
forma diferente a que o próprio árbitro fez no momento do jogo. Isso aconteceu
com Emerson Sheik, atacante do Corinthians que foi suspenso com duas partidas
em uma falta contra o Avaí. No lance em questão Vuaden era o árbitro, e deu
apenas cartão amarelo ao jogador. “O que é mais importante todos saberem é que
o árbitro tem apenas um ângulo e poucos segundos para decidir o que vai fazer
com o lance. O STJD analisa imagens de várias câmeras de televisão. No lance do
Emerson eu não vi ele pisando no adversário, o que ficou claro com o ângulo
mostrado no julgamento em que ele foi punido. Acho que o trabalho do STJD é
importante para o futebol, mas volto a frisar que o árbitro só tem um ângulo e
pouco tempo para decidir. Marcamos o que vimos na hora que acontece, sem
replay, sem câmeras”, falou para o jornal O Nacional, Leandro Pedro Vuaden,
árbitro do Gre-Nal deste domingo.
Marcelo Alexandre - Jornal O Nacional
Nenhum comentário:
Postar um comentário