Os site PELEIA FC é um espaço democrático. O Preparador Físico do São Paulo, de Rio Grande, Ricardo Costa procurou nossa reportagem para dar a sua versão dos fatos publicados na súmula do jogo Riopardense 3x2 São Paulo, onde seu nome foi citado nos incidente. Confira na Integra a Nota de Ricardo Costa:
As observações da súmula do jogo Riopardense 3 x 2 São
Paulo, realizado dia 14 de abril, no Estádio Amaro Cassep são imprecisas e
carregadas de má fé contra o meu clube, e principalmente contra mim.
Em relação ao SC São Paulo eu não respondo, isso será feito
pelo departamento jurídico do clube, mas sobre a minha atuação neste jogo e nos
20 anos de futebol eu tenho toda a legitimidade, tranqüilidade e principalmente
a necessidade de apresentar os fatos como aconteceram.
Antes de tudo preciso dizer que jamais cumpri qualquer tipo de
punição civil ou esportiva de qualquer natureza. É estranho o conjunto de
acusações imputadas contra mim pelo árbitro Marcelo Cavalheiro Pereira, mas
todas elas originadas pelo seu assistente Sr. Antonio Cezar Domingues Padilha.
Considerando que:
1º O assistente Sr. Antonio Cezar Domingues Padilha chegou
atrasado ao estádio. A porta do vestiário da arbitragem estava trancada, já era
quase 15h. O árbitro, o outro assistente e o quarto árbitro estavam no campo,
já fazendo a vistoria nas redes, mesmo sem a presença do assistente nº1. A
delegada da FGF solicitou que ele ingressasse no estádio pelo nosso vestiário,
passando entre nossos jogadores, comissão e dirigentes do São Paulo. Embora
tenhamos estranhado este fato inusitado, ficamos ainda mais surpresos com sua
reação. Ao cruzar o recinto ele esbravejou “Isso é uma várzea”. Lamentável
expressão dita por alguém que foi dirigir um jogo e que estava no local em que
os atletas estavam se preparando para começar o aquecimento. Iniciou à tarde
com má vontade e desprezo ao Riopardense, Se tivesse chegado antes ao estádio
não teria passado por isso. Porquê o assistente chegou depois dos outros
árbitros se eles devem se apresentar juntos no estádio? Isso não consta do
relato da súmula.
2º Antes de iniciar a partida o assistente foi com a
delegada da FGF no nosso banco de reservas, que por sinal é realmente isso, um “banco
de madeira” a frente do pavilhão social e ao lado de uma tela que separa a
arquibancada de entrada do estádio. Pressão física, psicológica e nenhum tipo
de proteção contra qualquer objeto, cusparada ou ofensa do torcedor. Nesse momento o Sr. Antonio Padilha falou bem
claro e alto que : ”Eu sou chato”. Todos os reservas e jornalistas que estavam
no local acharam a declaração inusitada, surpreendente, afinal se vangloriar e
chamar para si o rótulo de chato não é algo comum, mas nesse caso é revelador;
3º O jogo começou e numa jogada, aos 4 minutos, envolvendo nosso
atleta Fabiano Diniz e o Nenesto(RP) armou-se um tumulto. Atletas do Rio
Pardense ameaçaram o Fabiano no chão, o goleiro Vandré saiu do gol até o outro
lado do gramado e também de dedo em riste ameaçou nosso atleta, mas quem foi expulso
no lance foi o Emerson Dantas que apenas protegeu o colega que estava deitado,
portanto indefeso. Mesmo com o árbitro Marcelo Pereira próximo ao lance e não
sendo no seu lado do campo o assistente Antonio Cezar “soprou” no ouvido do
árbitro para expulsar o Dantas;
4º Mesmo com um a menos o São Paulo seguiu jogando de forma
organizada e disciplinada, condiçou que levou o time a conquistar 10 pontos em
12 disputados, ser o líder geral da competição e ter o melhor ataque. Numa
jogada rápida, a partir de uma cobrança de lateral, Ale Menezes deixou o Aylon na frente do
goleiro Vandré e este empurrou para o fundo das redes. Estranhamente o
assistente Antonio Cezar não correu para o meio campo como deve fazer. Ficou no
meio do caminho, a frente da torcida do São Paulo e fez gestos com a mão
esquerda para a torcida.
Esta imagem foi captada do
vídeo
Logo a seguir ele solicita a
presença da Brigada para protegê-lo. Se os policiais estiveram ali durante todo
o jogo e não interromperam a partida ou até mesmo retiraram os torcedores, é porque
exceto por gritos, cânticos e sussurros nada de anormal ou atípico de um campo
de futebol aconteceu. Tudo foi criado e alimentado pelos devaneios do assistente.
As pedras que estavam no campo foram colocadas dentro do campo a pedido da
Brigada;
5º No final do jogo após um
carrinho frontal o atleta do São Paulo, Carlos Farias, realizou um “carrinho”
na bola, jogada permitida pela regra do futebol, proibida no futsal, mas
permitida principalmente no futebol gaúcho. O árbitro Marcelo, que estava
próximo ao lance não marcou nada, a jogada seguiu, mas o mesmo assistente que
teve enorme preguiça de correr até o meio na hora do gol do São Paulo, mas que
foi ágil e decidido para ir até o outro lado do campo e pedir a expulsão do
Dantas aos 4 minutos, nesse lance fez tremular sua bandeira para que o árbitro
marcasse a penalidade máxima, algo que poderíamos considerar somente como jogo
perigoso, ou seja, tiro livre indireto, mas ele não teve dúvida, diferentemente
do árbitro que não interpretou assim o lance, mas seguiu seu auxiliar, algo
fatal e irreparável naquele momento.
Logo a seguir nossos jogadores
foram para cima da arbitragem e eu, como professor, antes de tudo e
profissional de futebol com conhecimento de regras, regulamentos e disposições,
entrei no gramado para que mais jogadores não fossem expulsos para o próximo
jogo e o resto da competição e ao mesmo tempo tentei demovê-lo daquela decisão
equivocada. Talvez seja a única infração cometida por mim, afinal pela regra
não posso invadir o campo e reconheço este erro.
Em nenhum momento eu disse
qualquer tipo de palavrão ou qualquer palavra ofensiva a qualquer um deles, até
porque não os conheço pessoalmente, e isso não está ou estava em julgamento,
não tenho este direito, eles estão ali para dirigir o jogo e interpretar as
regras, tenho maior respeito pela função, já estudei com vários deles, já
contratei e contrato-os para eventos esportivos que organizo, mas também tenho
o dever de defender o meu clube, o meu trabalho, que não começa e termina
naquele momento. Treinamos horas e mais horas no calor, no frio, na chuva, faço
cálculos, cuida da preparação física, do repouso, da alimentação, da motivação
dos atletas e não estou ali por estar. Tenho uma faculdade de educação física,
20 anos de profissão, estágios em grandes clubes, uma classificação para uma
competição maior e por isso, talvez, a indignação e resignação sejam maiores.
Não agredi o Sr. Antonio Cezar em
nenhum momento. Mesmo assim fui informado pelo árbitro que eu estava excluído
do jogo. Não fui retirado pela Brigada, sai caminhando sozinho para o
vestiário, sei que isso é considerado pelo TJD, falei calmamente com o Marcelo
mais uma vez, mas sentindo que não teria êxito em demovê-lo da sua decisão,
ainda conversei com atleta Paulo Henrique do Riopardense, com os gandulas, com
o goleiro Vandré e fui para vestiário. Depois de 20 minutos de conversa e
indecisão da arbitragem não havia mais nada para argumentar. Se tivesse feito
tudo que ele relatou na súmula eu teria sido “preso” pela Brigada e eles apenas
pediram para que eu saísse. Mais um desatino do assistente. Se ele alega que eu
gerei o tumulto e este episódio demorou 28 minutos com a minha saída estaria
tudo resolvido, mas na verdade a decisão da cobrança do pênalti não estava
tomada.
6º Antes da cobrança do pênalti o
assistente trocou o lado de atuação, mesmo sendo assistente nº1 e mesmo com a
segurança da Brigada Militar. Isso derruba seu argumento que a torcida do São
Paulo estivesse jogando pedras nele. Pela proximidade e pela quantidade de
pedras, que estavam no campo por solicitação da Brigada e que ele de soslaio,
sorrateiramente fotografou com seu smartphone, para imputar culpa a torcida
rubro-verde, se elas realmente fossem jogadas nele, ele estaria mutilado e isso
não aconteceu. Trocando de lado ele passou a atuar próximo ao vestiário, que
citado por ele mesmo não tinha chave e também ele estava à frente de um grupo
de torcedores do Riopardense que ingressaram no estádio nos minutos finais por
um portão próximo ao nosso vestiário (temos vídeo que será brevemente
divulgado) e que jogaram objetos no gramado para que após a cobrança do pênalti
o atleta Paulo Henrique (ele ajeitou a bola com o braço após o rebote do nosso
goleiro, mais um erro da arbitragem, não observada) o jogo fosse finalizado
antes da realização dos minutos acrescidos ao tempo normal de jogo.
Para minha surpresa ele citou na
súmula que eu fui responsável também por esta agressão e ainda por acertar a
policial. Talvez seja por isso que a minha identidade profissional tenha ficado
retida por eles da arbitragem, afinal eu era o único profissional registrado e
com a identidade do conselho para que ele pudesse fazer uma ocorrência. Mas não
é assim que se faz Meu documento ficou retido com eles e entregue depois por um
funcionário do Riopardense para um atleta do São Paulo fora do estádio. Reter
documento de identidade é crime, e isso foi cometido por eles, afinal nosso
gerente de futebol apresenta este documento antes dos jogos.
É uma clara irresponsabilidade
deles ao imputar a um profissional a culpa de diversas ações que eles não
tiveram capacidade de evitar e muito menos identificar os atores dessas
ocorrências.
É esperado de uma corporação
militar que faz vistoria nos estádios, zela pela segurança dos torcedores e
profissionais envolvidos no evento, que se preocupa com incêndio e evacuação do
estádio na hora dos conflitos, que também se prepare para realização de jogos
com uma ou mais torcidas, afinal o esporte, sobretudo o futebol´, que é esporte
de massa, sua finalidade é receber a maior quantidade de pessoas e que estas vivam
em harmonia, paz e voltem para suas casas em perfeita integridade física e
mental.
O que eu observei no Estádio
Amaro Cassep foi que a Brigada não esperava a quantidade de pessoas e não tinha
plano de contingência. A expectativa era de ter apenas torcedores locais, em
pequeno número, embora a presença dos torcedores do São Paulo já fosse notada
na manhã de domingo na cidade e principalmente na frente do estádio.
A arbitragem por sua vez foi
insegura, imprecisa e agiu de forma irregular não conduziu o jogo para evitar
tudo o que aconteceu. Não agradou nem mesmo o mandante que venceu o jogo.
Relatou na súmula que o vestiário estava “em condições precárias”, mas, porém,
assinalou também que ele era “regular” no campo próprio de avaliação.
Para quem for bom observador,
seja ele integrante do TJD ou qualquer outro desportista, não é difícil de
concluir que o assistente Antonio César interferiu e prejudicou a atuação geral
da arbitragem deste jogo, acusou levianamente um profissional graduado e
registrado profissionalmente para atuar no futebol, com zero de antecedentes e
que vai saber se defender da forma correta, justa e legal quando citado pelo
TJD da Federação Gaúcha de Futebol.
Com relação à policial não há
nenhuma chance de eu ter feito nada contra ela.
Fomos tratados com educação por ela, que nada tem haver com os episódios
de campo, e mesmo que tivesse sou contra violência, principalmente contra
mulher, pois isso é algo repugnante. Se eu ou algum de nós tivessem realmente
feito algo contra ela nós teríamos que ter explicado ao Comandante, mas ela e
seus colegas sabem que quem agiu errado nessa história, e com a presença de
várias testemunhas, não fomos nós. Se ela quiser levar adiante esta queixa
saberemos esclarecer tudo o que ocorreu contra nós contribuintes do Estado.
Por fim agradeço o espaço e
também a atenção a minha resposta, que têm por finalidade esclarecer o conjunto
de acusações caluniosas feitas pelo árbitro Marcelo, mas originadas pelo seu
Assistente Antonio Cezar Domingues Padilha, que de forma irresponsável e
injustificada escolheu um domingo para contrariar a lógica e o bom senso.
Ricardo Costa da Cunha
Preparador Físico do Sport Club São Paulo
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