Hoje o NOSSO
BATE BOLA ESPECIAL é com o técnico Fabiano Daitx, Campeão do segundo turno da Terceirona Gaúcha. O treinador é um dos jovens profissionais do nosso interior do estado que surge nesta renovação. Fabiano realizou uma grande campanha com Guarani-VA, após pegar o clube em meio a competição. Confira a entrevista
EXCLUSIVA que o site
PELEIA FC realizou com o treinador:
>>> Como você avalia a campanha do Guarani de Venâncio, Campeão do 2º turno ?
Fabiano: Considero excelente a campanha no segundo turno,
lembrando que no primeiro o Guarani foi lanterna, com 5 pontos. No segundo, jogamos 5 jogos, vencemos 4 e
empatamos 1, destes 3 fora de casa, classificando em 1 no grupo. Depois vieram
os mata-matas e vencemos mais 4 jogos chegando para final contra o são Gabriel.
Total de 13 jogos, 9 vitorias 2 derrotas e 2 empates.
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Arquivo Pessoal |
>>> As duas finais
contra o São Gabriel foram dois jogos emocionantes. A equipe reverteu um placar
adverso. A força de jogar em casa foi fator importante, alem da qualidade do
elenco ?
Fabiano: Fator local sempre é importante, em jogos decisivos entre
equipes equilibradas qualquer detalhe faz diferença, os confrontos contra o São Gabriel
foram muito diferentes e as torcidas fizeram isso acontecer. Jogando lá o são
Gabriel teve apoio de 3 mil pessoas e fizeram grande jogo, coube a nossa
torcida incentivar nosso time a fazer a virada em casa, foi decisivo, primeira
vez que vi o estádio cheio e nos apoiando. Além da qualidade do time o clima
criado pelo torcedor ajudou muito nessa final.
>>> Assumir uma
equipe em meio ao campeonato as dificuldades são maiores ?
Fabiano: Acredito que assumir um equipe ao longo do campeonato
sempre é mais difícil, mas nesse caso conseguimos reverter a situação. Tenho
que ressaltar o brilhante trabalho do professor Paulo Gilberto que assumiu a preparação Física e contribuiu muito para evolução da equipe. A direção também foi
importante contratando jogadores para reforçar o grupo. O grupo de atletas
comprou a ideia de fazer a virada,
buscar o acesso e se comprometeu, trabalhamos muito e com a sequência de vitorias
foi ganhando confiança.
>>> O elenco conta
com jogadores até 23 anos e mais quantos jogadores experientes ?
Fabiano: Temos 5 jogadores com mais de 23 anos, e foram
fundamentais para o acesso. O goleiro
Gil, que mesmo não jogando sempre foi importante pelo apoio, e liderança do
grupo. O zagueiro Márcio Nunes que comandou a equipe dentro de campo,
Rafael Bitencourt que foi nosso meia
decisivo na bola parada e na frente Fábio Alemão e Paulinho sempre fizeram gols
importantes. Além desses, jogadores como Feijão, Felipe, Carlão, Henrique, Ale, Otávio, Gelson, Cristian, Tinga e Padilha cresceram muito ao longo da
competição. Não posso esquecer do jovem goleiro Henrique, que entrou após a
lesão do Paulo e foi muito importante em vários jogos.
>>> Você acha que
a Federação acertou em limitar a idade da Terceirona ?
Fabiano: Penso que sim, nosso futebol precisa de renovação, e esse
regulamento incentiva isso. Acredito que poderia ser mudado a formula, penso
que pontos corridos e subindo as melhores campanhas iria fazer com que as
equipes apostassem em estrutura e condições de trabalho. Outra situação que a FGF poderia melhorar é fazer regulamentos mais claros e principalmente mais
simples, tivemos caso de interpretações diferentes no caso dos 3 atletas acima
da idade e dos que jogaram a série A. Algumas equipes foram prejudicadas e
outras favorecidas.
>>> Para o
torcedor lhe conhecer melhor, por onde passou, o técnico Fabiano Daitx e quais
clubes têm boas recordações ?
Fabiano: Iniciei minha carreira de técnico no juvenil do Esperança
de Novo Hamburgo, depois passei muitos anos nas categorias de base, trabalhei no Caxias, Ulbra, ECNH, meu primeiro time profissional foi o Cruzeiro, passei por
clubes como Aimoré, Sapucaiense, Santo Ângelo, 14 de julho de Livramento. Tive
boas campanhas no Glória e no Guarani de Camaquã onde quase conseguimos o
acesso para série A.
>>> Você é um dos técnicos jovens que surgiram no interior com qualidade. Como observas essa
renovação também com novos profissionais ?
Fabiano: Joguei futebol até a categoria júnior, entrei na
faculdade de educação física e me preparei muito para exercer minha profissão.
Tenho 3 pós graduação na área, sempre busco agregar conhecimento com a prática
para continuar evoluindo. A concorrência é grande e a disputa exige qualificação.
>>> No inicio da
carreira como técnico teve muitas dificuldades ?
Fabiano: A maior dificuldade no futebol é conseguir oportunidade,
e isso eu agradeço a várias pessoas que apostaram em mim e no meu trabalho,
posso citar Fernando Scheid, Armando Dessessards, Italgane, João Ritter, João Lock, Gustavo Ferrão, Fabrício
Azambuja, Ivar Saraiva, João Monteiro, Everton Giovanella e Luis Paulo
Aissmann.
>>> Você teve a
primeira oportunidade em comandar uma equipe do Gauchão neste ano com
Lajeadense, como você avalia esta sua passagem por Lajeado ?
Fabiano: Minha passagem pelo Lajeadense foi de muito aprendizado, assumi um time que tinha sido vice campeão
gaúcho, a responsabilidade era grande. Avalio
de forma muito positiva porque o principal objetivo foi alcançado que era a
permanência na primeira divisão. A sequência final de resultados foi
determinante para minha saída, precisávamos de 4 pontos em 12 para classificar
e não conseguimos. Tivemos vários problemas no decorrer do campeonato que
afetaram o desempenho do time.
>>> Teve alguma
decepção com futebol ?
Fabiano: Decepção tive várias mas a maior foi ser demitido fazendo
boa campanha, não receber nada voltar para casa e ver minha esposa gravida, ficamos vivendo de ajuda de familiares porque
nosso dinheiro já estava acabando. Foi momento muito difícil, espero não passar
novamente por isso. Quase larguei o futebol ali. Apoio e incentivo da minha
esposa e família sempre ao meu lado foram
importantes para superar as dificuldades.
>>> O que precisa
melhorar no futebol do interior do estado, principalmente nas competições como
Série A2 e Terceirona, que não tem muito apoio da Federação ?
Fabiano: Quem precisa mudar para nosso futebol ficar melhor e ser
mais forte são os clubes e não a FGF. Os clubes precisam se organizar, são
comandados de forma varzeana, por pessoas com interesses políticos e pessoais.
Um clube não pode viver de dinheiro da FGF para fazer campeonato. Acredito que
o primeiro passo é investir em categorias de base, formar jogadores, esse será
o caminho para o interior.