sábado, junho 28, 2014

Estudo feito por técnico gaúcho aponta que esta é a Copa da bola parada e da quebra da posse de bola


               O técnico do time sub-20 do Figueirense, Cristian de Souza, é um estudioso do futebol. Não conseguiu sossegar na parada do Campeonato Catarinense, liderado pelo time dele. Em parceria com  Youssef Canaan, auxiliar-técnico da categoria sub-17 do Fragata FC (clube gerenciado pelo ex-volante Émerson, da Seleção Brasileira), Cristian buscou a origem de cada um dos 136 gols marcados nos 48 jogos da primeira fase do Mundial - média 2,83.
              - A primeira fase mostrou o que, para nós, já era o esperado. É a copa das transições e da bola parada. 37% dos gols saíram da transição ofensiva, que se origina da roubada e saída rápida (direta) ao gol adversário. 34% saíram de bolas paradas (pênaltis, arremesso laterais, escanteios, faltas laterais e frontais) e 29% saíram de organização ofensiva - explica o treinador.
            Os conceitos de "transição ofensiva" (no gráfico, representado por T.OF.) e de "organização ofensiva" (O.OF.) são utilizados há mais de três decadas. 
           - Fazem parte dos cinco momentos de um jogo. Organização ofensiva é ter a posse de bola. Organização defensiva é não tê-la. Transição ofensiva é recuperar a posse. Transição defensiva é perdê-la. O quinto momento é o da bola parada - ensina Cristian.
          O alto número de gols da Copa, especialmente em contra-ataques e bolas paradas, mostra fragilidades defensivas das seleções? Para Cristian de Souza e Youssef Canaan, não.
          - Acreditamos que é justamente o contrário. A boa forma das equipes defenderem e de contra-atacarem são as maiores responsáveis por essa alta média. Os números mostram que as equipes que buscam a posse como forma predominante dos seus modelos de jogo (organização ofensiva) geraram um grande desgaste físico e emocional, além de muitos espaços quando perdem a bola. Os exemplos são Itália e Espanha - diz Cristian.
          O treinador dos juniores do Figueirense ainda identifica uma tendência: as equipes estão sendo muito objetivas quando buscam desestabilizar quem joga com a posse de bola.
         - Defender de forma inteligente e racional (marcação zonal) junto à transição ofensiva de forma direta para chegar ao gol pela desorganização de quem tinha a bola gerou a grande maioria dos gols até agora, e sem dúvida já se mostra uma nova tendência do futebol moderno. 

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