Foto: Arquivo pessoal | Rodrigo Ferrari | Kokka Sports |
A Comissão Técnica
Rodrigo fará escalas em São Paulo, na Etiópia, em Riad,
para enfim chegar a Ar Rass, cidade distante 430 km da capital saudita, onde
terá a missão de comandar um grupo 100% árabe, já que a Federação Saudita só
permite a inscrição de atletas estrangeiros na primeira divisão. O novo
comandante do Al-Kholoud será auxiliado por brasileiros que já estão no clube
pelo menos uma temporada e, portanto, dominam o idioma e os costumes locais.
Rogério Oliveira, atual treinador da equipe sub-21, vai atuar como auxiliar
técnico no time profissional. André Guimarães será o preparador de goleiros.
Mas estes não serão os únicos embaixadores do novo técnico, já que mais
brasileiros atuam nas categorias de base do Al-Kholoud.
O grupo de jogadores e o planejamento de trabalho
O elenco profissional é formado por cerca de 25 atletas e
foi construído com as convicções do próprio clube. Agora, cabe ao brasileiro
colocar suas ideias em prática. No entanto, Rodrigo revelou que tem autonomia
para solicitar alguma peça específica, se entender necessário. O plano de
trabalho do técnico prevê testes de avaliações físicas e médicas na primeira
semana e, após, aplicação de trabalhos específicos, predominantemente, físicos.
E, por fim, depois de uns 15 dias com o grupo, ele ingressa com atividades de
ordem técnica, tática, física e cognitiva.
O maior desafio
Rodrigo Ferrari já integrou a comissão técnica de
importantes equipes gaúchas como Lajeadense, Cerâmica (à esquerda, na foto) e
Ypiranga. Recentemente, atuou como treinador do FC Osaka Brasil, projeto de
captação de jovens talentos, na capital gaúcha. No entanto, sem dúvida, este é
o maior desafio pessoal e profissional.
- Com certeza é o maior desafio. Acredito que me preparei
muito para esta oportunidade, tanto nas condições técnicas como psicológicas.
Se Deus assim quer é porque servirá para meu crescimento – comentou.
No entanto, o jovem profissional entende que a parte mais
difícil a ser superada, com certeza, será a distância que vai separá-lo da
família. Rodrigo é casado com Thayná há quase cinco anos e tem uma filha, a
pequena Isabela, que completará dois anos no dia 05 de setembro, longe do pai.
Durante estes seis meses em solo saudita, o brasileiro estará distante em datas
importantes como Dia dos Pais, Dia das Crianças, Natal e Ano-Novo, nas quais
ficará privado do carinho do lar que recém construíra, mas o amor pelo futebol,
a confiança no próprio potencial e a vontade de aumentar a qualidade de vida
das pessoas que o rodeiam, fazem com que ele embarque convicto para outro
continente.
Excelente estrutura
Uma eventual carência afetiva poderá ser minimizada com a
excelente estrutura que o clube lhe oferecerá. O Al-Kholoud conta com estádio
próprio, campos de treinamento com gramado natural e sintético, piscina,
musculação e fisioterapia. Na última semana, Rodrigo recebeu a informação de
que o clube recebeu da Adidas, 40 bolas novas, iguais às utilizadas na última
Copa do Mundo. Muitos clubes da primeira divisão do Brasil não possuem toda
esta condição.
- Estou sempre em contato com os profissionais
brasileiros que já estão lá e integrarão a comissão técnica comigo. A cada dia
sou surpreendido positivamente com novidades. Os apartamentos nos quais
ficaremos hospedados são de propriedade do próprio clube e ficam defrontes à
sede do clube – revelou.
O retorno
Rodrigo tem passagem de volta ao Brasil marcada para 02
de fevereiro. Até lá, terá que superar dificuldades de adaptação, de idioma, as
altas temperaturas, que beira os 40 graus centígrados, e a distância da
família. No entanto, espera voltar em 2015 com o dever cumprido, quem sabe com
o título de campeão saudita da terceira divisão e a esperança de uma qualidade
de vida melhor.
- Já passou de um simples sonho, é uma missão de vida.
Nasci para o futebol e é com esse trabalho que vou qualificar a vida das pessoas
que amo – Resumiu.
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