O experiente Sandro Sotilli já marcou 110 gols em
Campeonatos Gaúchos e ainda quer mais.
O atacante de 38 anos, nascido em Rondinha, mostra
motivação de um garoto para disputar o Gauchão 2012 com a camiseta do São Luiz.
Respeitado em todo o Estado o artilheiro foi campeão gaúcho pelo Juventude em
1998, campeão cearense pelo Ceará em 1999 e campeão brasileiro da Série C em
2001 pelo Paulista de Jundiaí.
Em entrevista ao Jornal da Manhã, Sandro Sotilli falou do
que espera no Estadual deste ano e lembrou dos tempos em que era seminarista.
Emprestado pelo Passo Fundo, o artilheiro do Gauchão de 2002 pelo 15 de Campo
Bom e de 2004 pelo Glória de Vacaria é respeitado em todos os gramados do
Estado.
JM- Como está a tua motivação para disputar mais um Gauchão ?
Sotilli- Olha, primeiro por estar jogando já com 38 anos é uma motivação muito grande. Toda manhã que acordo estou feliz em vir treinar, fazer os trabalhos e encontrar os meus colegas. Isso é o bom do futebol e estou desfrutando bastante deste momento. Talvez seja o meu último Campeonato. Me sinto bem integrado ao São Luiz e espero que o clube faça um bom Gauchão. O nosso time está buscando uma melhor formação. Espero que até o dia 22 a gente possa estar com uma equipe bastante equilibrada.
JM- Você tem na cabeça guardados todos os gols marcados no Gauchão ?
Sotilli- É verdade. Foi uma conta que fui buscar e percebi que não era tão complicado assim. Era só somar os últimos clubes que passei. É uma marca expressiva que considero e me orgulho muito de fazer parte da história do futebol gaúcho. São 110 gols na 1ª Divisão. Foi importante para mim e os clubes que defendi. Duas vezes goleador, duas vezes vice-artilheiro, uma vez campeão gaúcho, perdi duas finais para o Inter, uma semifinal também. A minha história no futebol gaúcho é muito bonita e tenho orgulho de tudo que fiz.
JM- Você jogou também no México e China. Esta atuação no exterior, o que acrescentou à tua carreira ?
Sotilli- Jogar fora do país é um sonho de todo o atleta. Quando era criança queria muito ser jogador de futebol e consegui atingir este objetivo, ser respeitado aqui no Estado. Depois de jogar quatro anos e meio fora do país, um ano e meio na China e três anos no México, para mim foi uma realização muito importante no lado financeiro, no lado profissional e no pessoal também. Conheci novas pessoas, costumes diferentes, fiz amizades. Tudo isso é válido na vida de um jogador. O futebol me proporcionou muita coisa boa e agradeço a Deus por ter me dado esta profissão como dom.
JM- Você foi seminarista e como chegou ao futebol ?
Sotilli- Quando terminei o 1º grau, um tio irmão marista que vinha seguidamente à minha casa e gostava de futebol, fez um convite para no futuro ir no Colégio Marista em Viamão. Quando terminei a 8ª Série e por ser uma família do interior, normalmente tinha aquele costume dos pais mandar os filhos para um Seminário, aceitei o convite deste tio que atuava na Coordenação dos Irmãos Maristas para fazer o segundo grau e ingressar na vida religiosa. Fui porque ele falou que lá iriamos jogar muito futebol. Esse foi o motivo maior do convencimento dele. Graças a Deus fiquei três anos no Seminário onde aprendi uma formação boa e depois quando ia começar os primeiros votos cheguei em casa e falei para o meu pai que pretendia tentar a carreira de jogador de futebol. Recebi o apoio da família. Através do prefeito de Rondinha fui aos 18 anos para Erechim fazer testes no Ypiranga sendo aprovado nos Juniores. Alí tudo começou. A passagem que tive no Seminário, para minha formação e meu caráter foram essenciais porque aprendi muitos aspectos positivos que guardo até hoje.
JM- O que você lembra do início no Ypiranga ?
Sotilli- Comecei naquele clube e joguei por cinco anos. Fui vendido depois para o empresário Jorge Machado que me colocou no Internacional. O Ypiranga me abriu as portas e tenho um carinho muito grande pelo clube. Nunca mais tive a oportunidade de voltar a defender a equipe, mas isso faz parte do futebol. Guardo com carinho a passagem desde as categorias de base, os Juniores até a chegada aos profissionais. O primeiro gol que marquei em Gauchão foi pelo Ypiranga. Ficou uma lembrança muito bonita.
Jornal da manhã de Ijuí
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