O gol de Aylon, logo no começo da partida, chegou como
um sinal de tranquilidade para quem já não tinha menos um jogador em campo. Com dez em
campo, o São Paulo conseguiu conter o ímpeto do Riopardense, evitando qualquer
insinuação em seu campo de ataque.
Mas foi o segundo tempo que reservou os piores fatos da
rodada, especialmente, para o time do técnico Rudi Machado. Veio o empate e a
virada adversária, tudo isto incrementado por cartões, reclamações da
arbitragem e muita confusão.
Como pivô, surgiu o assistente de número 1, Antônio César
Padilha. Dentro de sua atuação, o lance que gerou o maior tumulto. Aos 43min,
quando a partida estava empatada em 2
a 2, Padilha apontou penalidade máxima para o time da
casa. A partir daí, a confusão foi estabelecida. Integrantes da torcida da
Mancha Rubro-Verde foram se manifestar contra a arbitragem, momento em que a
Brigada Militar teria lançado gás de pimenta contra os torcedores. Tensão
dentro e fora do gramado. Por mais de 40min, a partida ficou paralisada,
até o árbitro, Marcelo Cavalheiro Pereira tomar a decisão de prosseguir ou não
a partida após a cobrança do pênalti. Autorizada a cobrança, Paulo Henrique
converteu. Dos quatro minutos de acréscimo, o árbitro deu apenas dois. Tão logo
apontou o centro do gramado, as cenas que denegriram a partida entre
Riopardense e São Paulo. A guerra com pedras entre as duas torcidas transformou
o estádio Amaro Cassep em um verdadeiro campo de guerra, gerando pânico em
todos os presentes.
Brigada acusa Mancha Rubro-Verde
As pedras que foram lançadas ao final da partida, estão
sendo apontadas como originárias do local onde a Mancha Rubro-Verde ocupava.
Segundo o Capitão da 1ª Companhia do 2º BPM de Rio Pardo, Fábio Marmitt, cinco
torcedores foram identificados, presos e levados à delegacia, sendo estes,
acusados por dano ao patrimônio, já que partes do estádio foram depredadas,
incluindo banheiros e arquibancadas. Além disto, eles são apontados como
causares do grande tumulto que tomou conta do local. “ Tiveram uma conduta inaceitável
e terão de responder por seus atos. Percebemos que outros integrantes da
torcida, que não a organizada, estavam apavorados e perplexos diante dos atos
destas cinco pessoas”, afirmou o capitão.
“Mancha” se manifesta
O presidente da Mancha Rubro-Verde, Rodrigo Tavares, não
negou os fatos, ressaltando apenas que houve, sim, abuso de autoridade por
parte de alguns policiais que lançaram o spray contra eles durante o jogo: “
Ficamos indignados com a atuação da arbitragem e estamos nos manifestando como
qualquer torcedor durante uma partida, só que de repente um brigadiano chegou e
disparou o gás, acertando mulheres e crianças, não aceitamos e questionamos.
Fomos informados que iríamos presos por desacato. Neste momento, percebi que
havia confusão nos banheiros e que também estávamos sendo agredidos pela
torcida de Rio Pardo”, relatou. Tavares disse ainda que o número de policiais
no estádio era insuficiente para conter o tumulto.
Os torcedores que foram liberados depois de prestarem
depoimento terão de se reapresentar no dia 10 de junho.
“ Vamos juntar provas de que as pedras lançadas já estavam
ali e que não as arrancamos e que também fomos vítima”, justificou o
presidente.
São Paulo teme punição
Além da derrota, o São Paulo voltou para casa com o receio
de sofrer alguma punição em razão dos atos de seus torcedores. Diante disto, a
direção do clube analisa o caso e deve buscar subsídios jurídicos para isentar
o clube de qualquer responsabilidade, como afirma Paulo Costa: “Vamos
identificar legalmente estes cinco torcedores e, amparados pelo estatuto do
torcedor, encontrar uma maneira de coibir a entrada deles em nosso estádio”.
O clube ainda aguarda a súmula da partida para apurar melhor
todos os fatos. Até o final desta edição, a Federação Gaúcha de Futebol (FGF)
não havia publicado o documento em seu site.
Riopardense
De acordo com informações da imprensa de Rio Pardo,
dirigentes foram até a sede da FGF para uma encontro com o presidente da
entidade, Francisco Noveletto, e averiguar o andamento do processo que apontará
todos aqueles de fato envolvidos.
Alguns objetos arremessados pelos torcedores já estão em
posse da FGF.
Meilene Fontes - Jornal Agora
Nenhum comentário:
Postar um comentário