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Cristian de Souza, que atualmente comanda a equipe sub-20 do
Figueirense, trabalhou no Esportivo entre 2001 e 2008. Passou por todas as
categorias. Em seu último no clube de Bento Gonçalves, dirigiu o time
profissional que liderou, praticamente, um turno inteiro de Campeonato Gaúcho.
Na época, o técnico tinha 30 anos de idade. Para Cristian, a realidade da
região, colonizada por imigrantes italianos, torna natural a caracterização,
não discriminação, das pessoas pela cor da pele. O treinador não é negro, mas
diz que era chamado de "negão" e não se sentia ofendido.
- Tenho, até hoje, uma casa e uma quadra de esportes em Bento Gonçalves. Nunca
vi nenhuma manifestação que pudesse ser considerada racista - conta Cristian.
Há 20 anos no futebol, somando as carreiras de atleta e de
treinador, o técnico de 36 anos de idade relata que ouviu, sim, ofensas
racistas ao longo da carreira, mas considera que o ambiente de uma partida
acaba minimizando os danos. Segundo Cristian, nenhum atleta seu, na época de
Esportivo, reclamou de ofensas desse tipo.
O Esportivo ainda não escapou de uma punição mais forte como
o rebaixamento à segunda divisão estadual. À decisão do TJD gaúcho, ainda cabe
recurso no próprio tribunal e no Superior Tribunal de Justiça Desportiva
(STJD), no Rio de Janeiro. Foi no clube de Bento que iniciou a carreira de dois
ídolos do Grêmio: Renato Gaúcho, que começou a jogar no Esportivo, e Valdyr Espinosa,
que fez sucesso como técnico da equipe serrana.
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