Foto: Fábio Dutra/Jornal Agora |
>>> Como foi a emoção de levar o clube mais antigo do Brasil a Série A2 ? Um recomeço?
Batisti: Não chamaria de recomeço, mas sim de uma
nova história sendo construída. A última conquista do clube havia acontecido em
1962 e todo esse tempo levou o seu torcedor a estar sempre na defensiva,
desconfiado, com a autoestima baixa, temendo o fracasso mais uma vez e o que
esse grupo fez foi resgatar a paixão, o otimismo, mostrar que podemos mais, que
é possível sonhar com conquistas e vitórias e esse sentimento ficou explicito ao
final, pois se via muitos deles chorando de emoção e isso é que nos gratifica.
>>> Qual foi a maior dificuldade enfrentada
contra o São Gabriel ?
Batisti: Vencemos bem o primeiro jogo da final em
São Gabriel e isso nos proporcionou uma vantagem no jogo da volta, mas passamos
alertando a equipe que não havíamos ganhado nada, que enfrentaríamos um belo
time, bem treinado pelo Carlos Moraes e que jogaria conosco brigando pelo
titulo e foi o que aconteceu. Nosso adversário fez um grande jogo, culminando
com nosso time que esteve bem abaixo do que esperávamos. O importante foi que o
campeonato premiou as duas equipes que se planejaram melhor para iniciar a competição.
>>> Qual foi o momento mais difícil no campeonato?
Batisti: Tivemos dois momentos muito difíceis. O
primeiro deles foi a derrota para o Bagé, pois até aquele momento estávamos
invictos e vínhamos evoluindo técnica e taticamente, além de liderarmos a
competição, mas de líder, numa situação até certo ponto cômoda, caímos pra
terceiro e com riscos de não nos classificarmos, mas reagimos rápido e na
partida seguinte com Farroupilha, mesmo não fazendo um bom jogo, vencemos, o
que nos garantiu a primeira colocação da chave. O segundo foi os minutos finais
da decisão e que nos deixou muito preocupados, mas a equipe teve comprometimento
suficiente para jogar com o regulamento e segurar o resultado que nos
proporcionou vencer o 1º turno.
Arquivo Pessoal |
>>> Houve dificuldade na montagem do elenco?
Batisti: Montar um elenco de atletas não é tarefa
fácil. É preciso avaliar muito bem cada contratação, pois passamos juntos maior
parte do tempo dentro do vestiário, no campo, em viagens, hotéis e acabamos
fazendo uma nova família e o convívio em família deve ser de total respeito e
confiança. Além logicamente de avaliar em detalhes a parte técnica de cada um,
saber suas características, seu histórico profissional, entre outros fatores.
Mas tenho uma maneira democrática de trabalhar e escuto muito minha comissão
técnica, formada por profissionais competentíssimos e de total confiança e cada
atleta que foi contratado debatíamos muito até solicitarmos contato da
diretoria, sendo assim mais tranquila a nossa montagem.
>>> Como é contar com a experiência do
goleiro Luciano ?
Batisti: Tem sido importante não só para o nosso
trabalho, nas atuações nos jogos, mas principalmente no ambiente do dia a dia,
pois apesar dos seus 44 anos, é o primeiro a chegar e o último a sair do
treino, trabalha sempre no limite máximo e isso acaba contagiando os mais
jovens que tem nele uma referência de atleta e grande pessoa.
>>> Na sua visão o Presidente da FGF, Francisco Novelletto acertou em
limitar a idade da Terceirona em atletas até 23 anos, podendo usar 3 com mais idade ?
Batisti: Sim. Nós estávamos pré-acertados com
alguns atletas acima dessa idade, pois acreditávamos que não mudaria, mas
trabalhávamos num plano B caso fosse aprovada essa ideia, o que acabou
acontecendo e com isso descobrimos novos valores que certamente não teriam a
chance de mostrar suas qualidades.
>>> Quais atletas a cima dos 23 anos o clube tem ?
Batisti: Temos o goleiro Luciano, conhecido de todos, o volante Alexandre que havia trabalhado comigo em anos anteriores, o meia de armação Rafael Pelezinho e após a FGF nos posicionar favorável sobre a contratação além dos três acima dessa idade, mas podendo atuar apenas três por jogo, acertamos com o zagueiro e volante Sávio que estava conosco desde o inicio, passando a fazer parte de forma oficial do grupo.
>>> Que recado o senhor deixa para o
torcedor do Vovô?
Batisti: O mesmo que tenho deixado desde que
cheguei a Rio Grande há 12 meses, ou seja, que acredite, que ande de cabeça
erguida e com orgulho do vovô, que seja otimista em relação ao futuro do clube,
que sonhe com títulos, que não tenha como lema
apenas o de torcer para o clube mais velho do país, mas sim pelas suas
conquistas, pelas vitorias, mas principalmente que se apaixone, pois futebol se
resume a essa palavra. PAIXÃO.
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