Ninguém pode negar que o Brasil é o país do futebol e que revela talentos no esporte todos os anos. Mas ninguém poderia imaginar que os torcedores do Rio Grande do Sul seriam os mais fanáticos pelos times de futebol. Apesar de não serem os clubes com maior torcida no país, o Grêmio e o Internacional de Porto Alegre são os dois times onde os torcedores são mais fanáticos. Segundo pesquisa de uma empresa paranaense de Consultoria, mais de 22 por cento dos torcedores do tricolor gaúcho se dizem apaixonados pelo clube. Já, pouco mais de 19 por cento dos colorados se consideram devotos ao time. Para o torcedor gremista e cônsul-adjunto do time em Brasília, Giscard Stephanou, a paixão pelo Grêmio vem desde a infância.
"Eu sou um cara mega fanático, não sei como pode
classificar. Para ter uma ideia, quando eu tinha nove, 10 anos, o meu pai, ele
fazia gravações ainda em fita cassete, e eu sempre quando meu pai me gravava
quando pequeno, eu só falava de futebol e só falava do Grêmio. Então, naquela
época eu já sabia de cabeça todos os jogadores, todos os títulos do Grêmio,
então eu sempre fui muito fanático."
E quem disse que só os homens são fanáticos por futebol? As
mulheres também fazem loucuras pelos times. A estudante brasiliense e, também,
torcedora do Grêmio, Ana Paz, já ficou sem dormir para assistir a um jogo do
clube gaúcho.
"Essa foi a maior loucura que eu fiz. Ter que viajar
numa quarta-feira a noite e voltar de madrugada, duas, três horas da manhã e no
dia seguinte eu tinha que acordar 5h30 para ir para a escola. Acho que, as das
maluquices foi a pior."
Um dos clubes com o maior número de torcedores no Brasil, o
Flamengo é apenas o nono time com o maior número de torcedores fanáticos. Mas
quem pensa que os rubro-negros não são apaixonados pelo time, estão muito
enganados. O flamenguista Breno Régis que tem problemas no coração, conta que
pelo fanatismo já chegou a passar mal em um jogo do time e ganhou até um
distanciamento da namorada.
"Todo jogo eu fico nervoso. Teve situação que eu já
tive quase um infarto, mas eu sou apaixonado pelo Flamengo, eu faço qualquer
coisa pelo Flamengo. Eu vou a estádio, eu assisto todos os jogos, eu tento uma
maneira de acompanhar todos os jogos. Minha namorada fica louca, porque ela
gostava do Flamengo e, hoje, pelo meu fanatismo, odeia o Flamengo.Ela não
consegue assistir mais um jogo do Flamengo comigo."
Segundo o coordenador do Grupo de Trabalho sobre Psicologia
no Esporte do Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro, Rodrigo Moura,
o fanatismo não é saudável. Para ele, o torcedor tem que tomar cuidado para a
paixão em excesso não prejudicar outras relações sociais.
coordenador do Grupo de Trabalho sobre Psicologia no Esporte
do Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro - Rodrigo Moura
"Que ela não interfira nas relações sociais, não
interfira na saúde dela, nas relações afetivas. Porque, a partir do momento que
todo esse fanatismo começar a intervir, começar a atravessar essas outras
relações e começar a trazer dificuldades para essas relações isso já não é
saudável. A pessoa precisa lembrar que ela tem outras discussões outros assuntos
na vida dela que são importantes ou às vezes até mais importantes."
O estudo, que entrevistou mais de 10 mil pessoas de 144
cidades do país, tinha o objetivo de classificar os torcedores em quatro
categorias: fanáticos, torcedores, simpatizantes e indiferentes. Tendo como
base o número de habitantes do Brasil, a pesquisa concluiu que 12 por cento dos
entrevistados se consideram fanáticos, o que dá em torno de 20 milhões de
pessoas. Cinquenta e três por cento se consideram como torcedores, 17 por
cento são simpatizantes e 18 por cento não se enquadram na pesquisa.
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