domingo, outubro 06, 2013

Coluna: Doping


           É o uso de substâncias naturais ou sintéticas visando a melhora do desempenho dos atletas em competições. Este objetivo é ilícito e por isso são feitos testes de doping durante competições.
Existem relatos que o ópio, um látex obtido pelo corte dos bulbos da Papoula somniferum era conhecido pelos sumérios no ano 3000 a.C.
          Nos jogos olímpicos da Antiguidade, em 800 antes de Cristo, os atletas bebiam chás de diversas ervas e usavam óleos e cogumelos para melhorar do seu desempenho. Já no século 19 se tornou popular entre os atletas uma bebida chamada “Vin Mariani”, à base de folhas de cocaína, que levava o nome do alquimista que a produzia.
             Os primeiros Jogos da Era Moderna, organizados pelo barão de Coubertin, em Atenas, em 1896, marcaram o aparecimento das “bolinhas”, esferas contendo diversas substâncias estimulantes como cocaína, efedrina e estriquinina. Daí o termo “usar bola” como sinônimo de dopar-se.
           No período inicial do século 20, as Olimpíadas eram momentos de celebração e esporte. O espírito olímpico prevalecia e o uso do doping era eventual, pois os atletas competiam pelo prazer da superação individual.
           A Olimpíada de Berlim, em 1936, marca o início da utilização política dos jogos. A fantasia de supremacia hitlerista, fragorosamente derrotada por Jesse Owens, mudou o espírito das competições para sempre.
          A Segunda Guerra Mundial traz do front a pesquisa de substâncias que mantinham soldados acordados por mais tempo e aumentavam sua resistência ao cansaço. Com a necessidade de recuperação dos prisioneiros desnutridos dos campos de concentração, aperfeiçoamos o uso dos hormônios anabolizantes.
          Seja por motivos políticos ou financeiros, o doping passou a ser utilizado de forma cada vez mais “científica”. Agora, o que vale é a vitória a qualquer preço. E esse preço foi cobrado de forma dolorosa nos jogos de 1960 e de 1964, com a morte de dois atletas por uso excessivo de substâncias estimulantes e hormônios.
          A partir daí, o Comitê Olímpico Internacional criou uma comissão médica que passou a atuar nas Olimpíadas, começando pela do México, em 1968.
         As técnicas de doping continuam a evoluir da mesma forma que as técnicas de controle em uma briga de gato e rato.

Efeitos indesejáveis dos Esteróides anabolizantes:
Sistema Nervoso Central:
·         agressividade aumentada, hiperatividade, irritabilidade;
·         psicose (alucinações auditivas, paranóia, desilusões);
·         episódios maníacos;
·         desordens de pânico;
·         depressão e ansiedade com ou sem ideação de suicídio;
·         cefaléia, náuseas, libido alterado, euforia, apetite alterado;
·         aumento da impulsividade e diminuição do nível de cooperação.

Sistema Reprodutor Masculino:
·         atrofia testicular com infertilidade; impotência.
·         Hipertrofia e carcinoma de próstata;
·         Priaprismo (ereção prolongada);
·         Feminilização com ginecomastia;
·         Alopécia (queda de cabelo).

Sistema Reprodutor Feminino:
·         Masculinização, desenvolvimento de acne, hirsutismo, redução da mama, voz rouca e profunda, hipertrofia do clitóris, irregularidades menstruais.

Sistema Músculo Esquelético:
·         Aumento de suscetibilidade a lesões de músculos e tendões;
·         Em adolescentes ocorre a soldadura prematura das epífises resultando em retardo do crescimento, ou seja, o indivíduo não cresce até sua altura potencial;

Sistema Cardiovascular:
·         Retenção de sódio e água, aumento da pressão sangüínea, edema de tecidos, aumento do colesterol;
·         Coração: infarto do miocárdio, hipertrofia ventricular esquerda, aterosclerose e outras doenças cardíacas.

Sistema Hepático:
·         Hepatite, ruptura de vasos sangüíneos no fígado, carcinoma hepatocelular, hepatoma, icterícia colestática.

Sistema Renal:
·         Tumor de Wilms e elevação da creatinina.

Outros efeitos endócrinos:
·         Tireóide: dimunuição de níveis hormonais (tiroxina, triiodotironina, TSH, TBG).
·         Acne, alteração dos lipídios da pele;

·         Metabolismo da glicose:alterações, resistência a insulina, intolerância a glicose.

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