segunda-feira, dezembro 09, 2013

Coluna: Dor Muscular


           A dor muscular tardia (DMT, estado dolorido após o esforço) pode ocorrer horas ou dias após um exercício intenso e/ou volumoso bastante para que provoque microlesões na ultraestrutura muscular.
Este processo se da quando o individuo não tem o devido preparo físico para o exercício; inicia uma atividade física; ou reinicia, mas com intensidade maior do que o habitual.
           É uma das lesões esportivas que ocorrem com mais freqüência, apresentando sintomas musculares como: inchamento, enrijecimento, sensibilidade ao toque e dor ao movimentar a região afetada. Estes surgem algumas horas após as atividades, com aumento progressivo da dor nas próximas vinte e quatro horas, e diminuição gradativa em um prazo de aproximadamente 72 horas
Esse processo depende da magnitude dessas lesões, e é mais comum quando grandes áreas são afetadas pelo exercício com alta intensidade ou quando o exercício exige: grande produção de força ou potência; força em grandes amplitudes de alongamento das fibras musculares; ou com ênfase nas fases excêntricas da contração muscular.
         Acreditava-se no passado que o lactato era o fator responsável por estes eventos, já que suas concentrações aumentam durante o exercício vigoroso. Entretanto, sabe-se hoje que, aproximadamente uma hora e meia depois dos exercícios, suas concentrações já se encontram normais. Diante destes fatos, muitos especialistas reconhecem que a DOMS é decorrente do alongamento acentuado das fibras musculares, principalmente no tecido conjuntivo muscular, causando microlesões que provocam processo inflamatório causando dor.
        A alta tensão no sistema muscular contrátil e elástico resulta no dano de tecido muscular, o que prejudica a homeostase da fibra lesionada (equilíbrio de cálcio) e inibe a respiração celular. Isto também é acompanhado por altas concentrações de cálcio que ativam enzimas degradantes das linhas (ou discos) Z. Na figura abaixo, há a microfotografia de sarcômeros com morfologia normal, rompimento moderado e rompimento alto. Observa-se que as linhas Z (que delimitam os sarcômeros e tem coloração mais escura) encontram-se bastante desalinhadas (rompidas). O edema também pode provocar DMT, associado ou não com lesão muscular.
         A DMT normalmente tem seu pico entre 1 a 3 dias após a sessão de exercício. O treinamento crônico tende a aumentar o limiar no qual a DMT ocorre. Uma sessão leve de exercício no dia posterior à sessão que provoca DMT é uma estratégia para diminuir o efeito dolorido. Dentre diversas estratégias na tentativa da redução da DMT, atletas lançam mão de banheiras com água e gelo para que a vasoconstrição provocada pelo frio promova uma drenagem de metabólitos e assim diminua a possibilidade de DMT. Embora ainda discutível, a estratégia visa acelerar a recuperação, e viabilizar um retorno mais rápido aos treinos e competições nos dias seguintes.
         Imagens de uma fibra muscular sem rompimento miofibrilar (esq), uma fibra com rompimento leve-moderado (ocupando dois sarcômeros, meio), e uma fibra com alto rompimento (>10 sarcômeros de extensão, dir).

TRATAMENTO
O tratamento  é por meio de alongamento, massagem, aplicação de gelo (crioterapia), uso de antioxidantes e/ou anti-inflamatórios, imersão da região afetada em água gelada  ou fisioterapia.

PREVENÇÃO
Quanto à sua prevenção, treinar de acordo com a sua capacidade, aumentando a carga e/ou intensidade de forma gradativa; alongar os músculos antes e depois das atividades; e promover uma alimentação rica em proteínas e vitaminas C e E (anti-inflamatórias e antioxidantes), são medidas essenciais.

Referências

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