terça-feira, setembro 17, 2013

Zagueiro Bicudo anuncia aposentadoria

           Foram 226 jogos com a camiseta alvirrubra. Mas como todo capítulo de uma história tem fim, este não foi diferente. Claudiomar Lopes Caldeira, reconhecido no futebol como Bicudo, abandonou oficialmente o futebol como atleta profissional. O pedritense começou a carreira no Grêmio Bagé e também passou por Aimoré, Novo Hamburgo, Gaúcho-PF, Riopardense. Mas foi no Guarany que Bicudo fez sua história começada em 2001 e encerrada em 2013. O jogador já havia anunciado que se aposentaria dos campos neste ano, mas resolveu antecipar e saída da parte interna do campo e não disputar o segundo turno da segunda divisão. A assessoria do Guarany Futebol Clube conversou com o jogador na noite deste dia 16 de setembro, que ficará marcado. Além de ser um dos símbolos desta era e o jogador mais emblemático da história recente do clube, Bicudo esta marcado também por, no dia deste anúncio, ter 40 anos, três meses e três dias, algo pouco comum no futebol. E isso, sem comprometer os companheiros de equipe, a idade nunca o atrapalhou.
           Dentre as principais conquista do ex-zagueiros estão o título da Divisão de Acesso, em 2006, a Taça da Cidade 2010 e a Taça do Bicentenário 2012, a qual era o capitão e levantou o troféu.
          Confira abaixo a entrevista da assessoria de imprensa do clube com o agora, ex-jogador:

GUARANY: No começo do ano você já havia divulgado que era o último ano como atleta. Por que decidiu parar antes da competição acabar?
BICUDO: Eu fui convencido de que com a minha experiência, neste momento, eu poderia ajudar mais do lado de fora do que dentro do campo. Quando houve a troca de treinador, o Ben-Hur me convidou para ser auxiliar dele e eu não aceitei. Mas o presidente Tato conversou comigo e por tudo que ele e o clube fizeram por mim eu repensei e parei. Agora estou atrás das quatro linhas

GUARANY: O caminho natural é ser técnico?
BICUDO: Sim, mas não será algo imediato. Quero ajudar a comissão técnica agora e só daqui um tempo assumir um clube como treinador. Não será esse ano e nem no primeiro semestre do ano que vem, isto eu garanto. Primeiro eu quero fazer curso de treinador, me especializar e ter mais embasamento para, ai sim, comandar um clube.

GUARANY: Pretende ser técnico do Guarany?
BICUDO: Sim, quero sim. Mas quando eu me sentir totalmente pronto. Não gostaria que o meu primeiro time como treinador fosse o Guarany. Imagina se eu não vou bem e mancho a minha história no clube? Então quero assumir o clube quando me sentir totalmente pronto.

GUARANY: O que é o Guarany na tua carreira?
BICUDO: Amadurecimento. Saber o que é ser profissional e o que é realmente ser homem.

GUARANY: Como o Guarany apareceu na tua vida?
BICUDO: Era um sonho do meu sogro me ver jogar no Guarany. Realizei a vontade dele e disso virou a minha paixão.

GUARANY: Embora já soubesse que ia parar, foi de uma de uma forma repentina, pois ainda se esperava te ver em campo. Como será agora a vida do Bicudo?
BICUDO: Não me vejo ainda fora do campo. O Guarany é o Bicudo. O Bicudo é o Guarany. Vai ficar marcado para sempre. Quando eu não jogo eu sinto um vazio. Vou ajudar da forma que for possível. O que o Guarany fez por mim, tentarei fazer por ele.

GUARANY: Deixe um recado para os torcedores
BICUDO: Agradeço a todos que durante os anos me respeitaram. Pude ajudar o clube e a paixão continua. Farei o melhor pelo Guarany que é o que ele merece.

Três personagens do futebol falam sobre o jogador.
       “O Bicudo é um jogador que veio como volante de Dom Pedrito e teve uma carreira muito movimentada, passando por vários clubes importantes do futebol gaúcho. Sempre teve um grande caráter e marcou muito positivamente a história dele no futebol bageense”. José Higino Gonçalves, redator de esportes mais antigo em atividade em Bagé.
         “Foi a pessoa que mais me ajudou quando fui presidente em 2004. Acreditou em mim e me ajudou a montar o time daquele ano. Eu ainda não era conhecido neste meio e o Bicudo é quem me auxiliava na contratação dos jogadores. Eu ia para a casa dele e ficávamos ligando para os jogadores e ele que convencia os atletas a virem para o Guarany. Montamos o time juntos e quase subimos. Bicudo é um dos raríssimos amigos que fiz dentro do futebol”. Tato Moreira, presidente do Guarany.
         “Não tenho palavras para falar do Bicudo. Sempre que joguei ao lado dele, seja em partidas valendo ou nos treinos, sempre procurei ver como atuava para tentar adquirir a experiência dele. Ouvi muito conselho do Bicudo e sempre deu certo o que ele me passou. Para mim, ter jogado ao lado de um atleta com mais de 200 partidas pelo clube é uma honra”. Ilson, zagueiro formado na base do Guarany, prestes a completar 100 partidas com a camiseta do clube.


Sérgio Galvani – Guarani-BG

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