quarta-feira, maio 07, 2014

Brasileiro que atuou no leste europeu diz que jamais viu racismo igual ao da Bulgária

Foto: Arquivo Pessoal Camazzola | Kokka Sports
           Os casos recentes de racismo no futebol espanhol, contra o brasileiro Daniel Alves e o senegalês "Papa" Diop, são, de certo modo, uma rotina na Bulgária, onde atuou o volante brasileiro Camazzola, ex-Juventude/RS. Hoje com 31 anos de idade, querendo voltar ao futebol brasileiro, o jogador lembra, sem saudade alguma, de episódios que testemunhou quando defendeu o Cherno More entre 2011 e 2013.
         - Teve um jogador preso depois do jogo porque ele brigou a socos com torcedores adversários. Enquanto a bola estava rolando, eles imitavam macacos - conta Camazzola.
            Por vezes, o racismo do torcedor é registrado contra jogadores do próprio clube.
           - No meu time, havia um jogador venezuelano. Quando ele estava mal no jogo, a nossa própria torcida chamava ele de macaco. Antes disso, no momento em que ele chegou à Bulgária, eu fui ajudá-lo a alugar um apartamento. Eu conhecia a dona de um. Quando ela viu que meu colega era negro, resolveu não alugar.
         Segundo Camazzola, que atuou por quase sete temporadas no Exterior, o racismo búlgaro é muito mais explicíto que nos outros três países em que jogou na Europa. Na Escócia, ele defendeu o Hearts. Na França, jogou pelo Chateauroux. Na Noruega, seu clube foi o Sandefjord. 
        Com experiência de várias temporadas na Série 'A' do Brasileirão, no início dos ano 2000, ele deixou a Bulgária no segundo semestre de 2013 para um tratamento. Recuperado, está disposto a fechar com algum clube do Brasil.

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